O governo central encerrou 2023 com déficit primário de R$ 230,5 bilhões, conforme revelado no relatório do Tesouro Nacional divulgado nesta segunda-feira (29/1). O mês de dezembro registrou um déficit expressivo de R$ 116,1 bilhões, sendo impactado pelo pagamento extraordinário de precatórios, totalizando R$ 92,4 bilhões.

O déficit primário ocorre quando a arrecadação é inferior aos gastos governamentais, abrangendo o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central. Desconsiderando os pagamentos excepcionais de precatórios, o déficit de dezembro seria de R$ 23,8 bilhões, resultando em um déficit anual de R$ 138,1 bilhões, equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Apesar de superar a meta inicial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que almejava um déficit de 1% do PIB, o saldo negativo de R$ 230,5 bilhões elevou o déficit a 2,1% do PIB. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 previa um déficit de até R$ 213,6 bilhões (2% do PIB), mas o resultado final foi superior.

O Brasil tornou-se o país mais endividado da América Latina, atingindo 85% do PIB em dívida pública, superando a Argentina. Além disso, outro dado preocupante foi divulgado pelos órgãos oficiais, indicando que o governo Lula encerrou 2023, o primeiro do terceiro mandato, com um déficit primário de R$ 230,5 bilhões, o segundo pior da história, após 2020, início da pandemia.

No desfecho, as previsões feitas durante a campanha se concretizaram, evidenciando a realidade atual do governo. Advertências sobre possíveis desafios e insucessos ecoam verdadeiras, confirmando as críticas feitas desde setembro de 2022. O cenário, antes objeto de inveja pela classe mais abastada da direita, agora se apresenta como uma confirmação das análises feitas ao longo do processo eleitoral.

Fonte: Ponto Brasília