Jovem em situação análoga à escravidão é libertada da casa de ex-candidata a deputada

A ex-candidata a deputada mantinha a jovem há 15 anos em situação análoga à escravidão

Por EmPauta.net 24/05/2023 - 12:28 hs
Foto: Reprodução
Jovem em situação análoga à escravidão é libertada da casa de ex-candidata a deputada
Francisca Danielly foi candidata a deputada federal (Reprodução/Redes sociais)

Uma jovem de 27 anos foi resgatada na terça-feira (23) após ser mantida em situação análoga à escravidão por 15 anos pela própria madrinha, uma fisioterapeuta, servidora pública e que já foi candidata deputada federal pelo Piauí. A mulher, que teve a prisão preventiva decretada, foi identificada como Francisca Danielly Mesquita Medeiros. A vítima vivia na residência dela, localizada no bairro Ilhotas, em Teresina.

A jovem chegou à casa de Francisca Danielly ainda com 12 anos depois de deixar o seio familiar, no município de Chapadinha, no Maranhão, para passar alguns dias com a suspeita, que é prima da mãe dela. De lá pra cá, ela foi submetida ao trabalho análogo à escravidão e mantida em cárcere privado.

O delegado responsável pelo caso informou ao g1 que a jovem era responsável por cuidar dos filhos da ex-candidata a deputada federal, um deles com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e pelos afazeres domésticos. "Não tinha direito a nada, o único direito dela é trabalhar”, disse Odilo Sena.

Francisca Danielly foi candidata a deputada federal (Reprodução/Redes sociais)

Descoberta

A vítima só saia de casa para levar e buscar os filhos da "madrinha" no reforço escolar ou para deixar a criança autista em um centro de reabilitação. Em uma dessas raras saídas, a jovem conheceu seu atual namorado que, segundo ela, foi um verdadeiro "anjo da guarda".

O homem entrou em contato com a família da namorada no interior do Maranhão e descobriu que a sogra era ameaçada pela prima, que não permitia que ela fosse buscar a filha na capital piauiense. Ele também chegou a ser ameaçado pela suspeita. O caso foi denunciado.

A jovem, que é analfabeta, trabalhava todos os dias da semana, não tinha férias e qualquer outro direito trabalhista. "Vamos buscar os direitos dela na Justiça, já que a questão criminal já está em andamento com o inquérito policial. A suspeita está presa temporariamente e logo deve ser solicitada a prisão preventiva. Vamos pedir indenização por danos morais, por todo o trauma causado, as ameaças, os anos de vida e convivência com a família que lhe foram tirados.", disse Eliana Leal, advogada da vítima, também para o portal g1.

Fonte: G1